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2F
1 - Alexandre Bedin
9 - Daniel Navarini
15 - Gabriel Gildin
31 - Michel Fiterman
32 - Pedro Hack
33 - Pedro Dilguerian
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1 - Alexandre Bedin
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31 - Michel Fiterman
32 - Pedro Hack
33 - Pedro Dilguerian
540 BC - 470 BC
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Heráclito de Éfeso (540- 470 A.c.) foi um dos mais importantes filósofos clássicos da Antiguidade. Foi um dos representantes dos filósofos pré-socráticos, sempre focados na compreensão do funcionamento do universo e sua origem. Em sua filosofia, o mundo se dá pela luta dos contrários e, portanto, está submetido à eterna mudança, conceito ao qual deu o nome de Devir (vir-a-ser), sendo regida pelo logos, conceito responsável por prover a conexão entre o discurso racional e a estrutura racional do mundo.
510 BC - 470 BC
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Parmênides de Eleia foi um filósofo pré-socrático da antiguidade. Nasceu em 510 A.c. Sua ideia era de que o ser é uno e que não era possível ser e não ser ao mesmo tempo. Parmênides explica dois caminhos: o da opinião ( baseada na aparência e na incerteza) e o da verdade ( baseado no pensamento lógico e na razão, e denominado aletheia). Essa ideia se contraria à teoria de Heráclito de que o universo está em constante mudança pela luta dos opostos. Faleceu por volta de 470 A.c. e teve como seu discípulo Zenão de Eleia.
470 BC - 399 BC
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Sócrates nasceu em 470/469 a.C. em Atenas, na Grécia. Seus pais eram Sophroniscus e Phaenarete. Foi casado com Xantipa. Teve três filhos: Lamprocles, Sophroniscus e Menexenus.Nasceu em uma família humilde, com poucos recursos financeiros. Seu pai era escultor e apresentou ao filho esse ofício, com o qual trabalhou durante a juventude.
Além de escultor, Sócrates serviu ao exército ateniense durante três temporadas. Depois que se aposentou, passou a exercer os dons pelos quais é mais conhecido: o de educador e de filósofo.
Sócrates mudou a filosofia, pois centrou questões humanas, seus valores, verdades e fundamentos, como seu objeto de estudo.
O filósofo desenvolveu método de estudo denominado de maiêutica. Este funcionava da seguinte forma: ao se interrogar o interlocutor com uma série de perguntas até que uma contradição surja invalidando a suposição inicial. Para sair dessa indecisão, o interlocutor teria que praticar o exercício da maiêutica, que significa a arte de parturejar, de conceber uma ideia definitiva.
460 BC - 370 BC
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Demócrito (460-370 a.C.) foi um filósofo grego do período pré-socrático e agrupado na escola atomista. Julgava que todos os elementos do universo eram compostos de átomos.Demócrito de Abdera nasceu em Abdera, na Grécia, por volta de 460 a.C. Descendente de família nobre, aprofundou seus conhecimentos viajando por diversas cidades.Esteve em Atenas, Egito, Pérsia, Babilônia, Etiópia e Índia. Estudou filosofia, matemática, física, astronomia, ética, linguística e música.
Como materialista, as perguntas que Demócrito se fazia eram direcionadas a entender quais circunstâncias causaram determinado evento, sem preocupar-se com o propósito ao qual o evento serve, o que é uma questão mais teleológica, aquela que trata da causa final, mais comum em filósofos como Platão e Aristóteles. A posição defendida por Demócrito era a de que tudo é resultado das leis naturais e portanto as questões da física podem ser explicadas por meio da compreensão da mecânica do mundo, interações entre elementos físicos, regidos pelas leis naturais.
Demócrito foi o primeiro filósofo a propor que todos os seres e objetos eram compostos de um elemento indivisível e indestrutível denominado átomo.
427 BC - 347 BC
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Aluno de Sócrates e professor de Aristóteles, Platão é um dos filósofos mais marcantes da Antiguidade, com uma produção impactante até os dias de hoje. Pioneiro e introdutor da prática do diálogo filosófico e fundador da filosofia política ocidental com sua obra “A República”, muitos o enquadram como um “racionalista”. Abordando uma grande variedade de temas em sua bibliografia, apresenta como principais conceitos:
A Teoria das Formas ou Idealismo Platônico- onde eleva a importância da razão (conhecimento inteligível) sobre as formas sensíveis (conhecimento sensível);
Dialética Platônica - inspirado por Parmênides, a Dialética de Platão é definida como: “um instrumento que permite alcançar a verdade”. Baseia-se no atingir a verdade por meio do questionamento e superação do senso comum e opinião.
384 BC - 322 BC
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Aristóteles critica a dualidade platônica. Para o filósofo, não é possível pensar em algo sem atribuir ao que se pensa um atributo, uma qualidade, uma característica, etc. Também alega a existência de somente dois tipos de seres: os perfeitos e os imperfeitos; os primeiros sendo aqueles em estado de ato (qualidade de ser completo e pleno); os demais seriam os que se apresentam em estado de potência, ou seja, estão no processo de aperfeiçoamento. No futuro o que está em potência tornar-se-a ato.
341 bc - 270 bc
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Epicuro de Samos foi um dos mais importantes filósofos do período helenístico. O grego acreditava que a filosofia era o melhor caminho para chegar à felicidade. Sua produção se divide em três partes principais: a ética, a física e a canônica. Dentre estas, sem dúvida, se destaca a ética, onde o mesmo aborda o que constitui uma vida feliz de forma surpreendentemente prática.
Em ética, Epicuro trata a felicidade como derivada somente do prazer e, por sua vez, é natural do homem buscar o prazer. Segundo o filósofo, este se dá por duas formas: pela constante ausência de dor e sofrimento (ataraxia e aponia) e pela forma da alegria e do gozo que é de extrema inconstância.
354 - 430
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Aurelius Augustinus (Aurélio Agostinho), mais conhecido como Santo Agostinho de Hipona (354 d.C-430 d.C.), foi o patrono da ordem religiosa agostiniana e um dos responsáveis pela concepção do pensamento cristão medieval e da filosofia patrística.
Foi responsável por reforçar o conceito de 'pecado original' e desenvolver o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus, distinta da cidade material dos homens.
Também afirmou que a origem do mal estaria no livre-arbítrio, concedido por Deus, donde todo mal seria o resultado do livre afastamento do bem. Era também defensor da predestinação divina.
Curiosamente, pregava que o caminho para a verdade estava na fé, contudo, seria a razão o melhor caminho para provar a validade das verdades.
1561 - 1626
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Francis Bacon nasceu em Londres em 1561 e foi embaixador inglês na França. O inglês é considerado um dos mais importantes pensadores da filosofia moderna por causa de suas contribuições na criação do método de investigação filosófica. É considerado “Pai do Método Experimental”.
Além de produções nas áreas da política, direito e literatura, Bacon contribui principalmente no campo da filosofia. Para Francis a ciência deveria ser utilizada como instrumento de manipulação da natureza e baseada no conhecimento empirista, ou seja, por meio da experiência sensorial. O Método Indutivo de Investigação criado por ele consiste na coleta de informações a partir da observação da natureza, reunião dos dados recolhidos, formulação de hipóteses baseada nos dados e comprovação das hipóteses por meio de experimentos.
1588 - 1679
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(1588 –1679) foi um matemático e filósofo britânico, autor de Leviatã (1651) e Do cidadão (1651).
Segundo ele, os indivíduos são naturalmente maus e capazes de realizar qualquer coisa para atingir seus próprios objetivos. Diz ainda que o estado natural é a luta de todos contra todos, em que o caos impera.
Assim, o filósofo sugere que, a fim de controlar os impulsos dos homens, é necessário que o Leviatã, este podendo ser um homem somente ou uma assembleia, exerça um poder soberano e inquestionável sobre o povo.
1596 - 1650
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Filósofo e matemático francês (1596-1650), René Descartes criou o pensamento cartesiano, o qual deu início à Filosofia Moderna. Formado em Direito pela Universidade de Poitiers, discordava da filosofia escolástica e afirmava que apenas a matemática possibilitaria a obtenção de respostas, rompendo-se com o pensamento aristotélico, e propondo uma ciência unitária e universal, a qual construiu as bases do método científico moderno. Ao relacionar álgebra e geometria, formou a geometria analítica e o que hoje é conhecido como Plano Cartesiano. Descartes propunha uma filosofia que não acreditava no “falso”, onde a preocupação era com a clareza e a verdade universal. Assim, surgiu uma nova visão de natureza, a qual refutava a visão moral e religiosa da época, afirmando que a ciência devia ser prática e não especulativa. Em sua obra “O Discurso sobre o Método”, Descartes abortava estes conceitos:
Racionalismo como única fonte de conhecimento, tendo uma existência absoluta e incontestável. Para chegar a esta verdade prima, Descartes desenvolveu o método da dúvida:
-Em um primeiro estágio, dúvida dos sentidos, já que estes podem ser fonte de engano
-Após isso, ressalta como é impossível reconhecer um sonho, portanto, é possível que toda nossa existência seja apenas parte de um sonho
-Defende que a matemática, até mesmo nos sonhos, não é alterada. Por isso, o francês acredita que estamos sendo influenciados por uma espécie de gênio maligno, que nos faz acreditar em verdades que conhecemos como universais (1+1=2, quadrado tem quatro lados)
-Assim, a verdade incontestável se baseava na frase “penso, logo existo”, o que prova sua própria existência.
1623 - 1662
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Blaise Pascal foi um filósofo, matemático, físico e teólogo francês. Apesar de ser mais reconhecido por suas contribuições ao campo matemático e físico com ideias como o “Triângulo de Pascal” e o “Princípio de Pascal”, sua filosofia também é de muita importância. Grande crítico do Racionalismo, principalmente em sua obra “Pensamentos”, Pascal apresenta como temática suas indagações acerca da existência de um Deus em um cenário racionalista. Segundo o francês, o ser humano é incapaz de desvendar os mistérios do divino.
1632 - 1704
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O filósofo inglês, nascido em 1632, é considerado um dos idealizadores do pensamento empirista, do liberalismo e do iluminismo. Locke se formou em filosofia, ciências naturais e medicina na renomada Universidade de Oxford, onde também lecionou retórica, filosofia e grego. Na sua visão empirista:
Busca do conhecimento através de experiências, e não de deduções, assim as explicações científicas devem se embasar na observação do mundo
Experiências que o indivíduo passa pela sua vida moldam seu conhecimento e personalidade, pois ao nascer, a mente de uma pessoa era uma “folha em branco”. Portanto, a sociedade era responsável pela formação da pessoa.
Todos nascem iguais, bons e independentes
Locke era fortemente contra a teoria do direito dos reis, afirmando que era a população que detinha a soberania, e não o Estado. Apesar de admitir a supremacia do Estado, o mesmo precisa respeitar leis naturais e civis. Já no seu ideal de estrutura de poderes, acreditava na teoria de três poderes de Montesquieu, porém, na sua visão, o Poder Legislativo representava o povo e logo, era o mais importante, e os outros dois deveriam estar subordinados a ele.
O inglês também defendia a separação da Igreja do Estado, enaltecendo a liberdade religiosa. Em relação a escravidão, a defendia, porém não com base na raça, e sim nos escravos como vencidos de guerra, que perderam sua liberdade ao serem derrotados no conflito e deveriam ser subordinados aos vencedores.
Suas principais obras foram: Cartas Sobre a Tolerância, Dois Tratados Sobre o Governo, Ensaio Acerca do Entendimento Humano, e Pensamentos Sobre a Educação
1689 - 1755
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Charles-Louis de Secondat (1689- 1755), barão de La Brède e de Montesquieu, conhecido como Montesquieu, foi um político, filósofo e escritor francês. Ficou famoso pela sua teoria da separação dos poderes, atualmente consagrada em muitas das modernas constituições internacionais.
Mostesquieu defendia a separação do poder de um país em 3: executivo, legislativo e judiciário. Com isso, a liberdade pode ser garantida, pois a separação de poderes em diferentes esferas independentes permite que um poder restrinja tentativas de outros poderes de infringir a liberdade dos indivíduos.
Além disso propunha um conjunto apropriado de leis civis e criminais para garantir a segurança pessoal.Liberdade de pensamento, expressão e associação, além da eliminação da escravidão, seriam os elementos fundamentais deste conjunto. Montesquieu incluía ainda, o direito a um julgamento justo, a presunção da inocência e a proporcionalidade na severidade das penas.
Em sua teoria constitucional, Montesquieu definiu três principais formas de governo: republicano, monárquico e despótico. Governos republicanos poderiam variar de acordo com a extensão dos direitos de seus cidadãos, sendo dois os tipos mais característicos, as repúblicas democráticas, nas quais cidadania é mais ampla, e as repúblicas aristocráticas, nas quais a cidadania é restringida em algum medida. Em diferentes épocas, regiões e estruturas sociais, as repúblicas variam entre estes dois polos. Os regimes monárquicos por outro lado são, como o nome estabelece, regidas por um monarca. Se existe um conjunto de leis que restringe a autoridade do governante, o regime é considerado uma monarquia. Se não existe um conjunto de leis restringindo a autoridade do governante, o regime é considerado despótico.
1711 - 1776
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David Hume(1711-1776), foi um filósofo empirista britânico que se tornou célebre por seu empirismo radical e seu ceticismo filosófico.
Hume pretende aplicar o método de raciocínio experimental para entender melhor a natureza humana, usar um método científico, que era usado basicamente para entender os objetos, para interpretar também as pessoas, criando assim a ciência do homem. O filósofo acreditava que se explicarmos o que e como são as pessoas, qual a essência da natureza humana, explicaremos também todas as outras ciências. Isso acontece porque todas as ciências, como a matemática e a física, estão relacionadas diretamente com as pessoas, pois a própria razão, que é o fundamento da matemática e da física, faz parte da natureza humana. Raciocinamos e filosofamos por instinto.
Uma das principais inovações conceituais apresentadas por Hume foi a expansão da distinção de argumentos demonstrativos e prováveis, apresentada por Locke. De acordo com Hume haveriam três tipos de argumentos, as demonstrações, as provas e as probabilidades. Do ponto de vista empírico, as provas seriam o tipo mais relevante, pois referem-se àqueles argumentos provenientes da experiência, aos quais não se pode oferecer oposição ou apresentar dúvida, são auto-evidentes. Por esta posição, Hume defende que a razão por si mesma não seria capaz de fazer surgir ideias originais.
O filósofo acredita que o que chamamos de experiência e realidade nada mais é do que um conjunto de ideias e sensações, mas não existe algo que una essas percepções. Da mesma forma não existe uma subjetividade constante, não existe um eu contínuo, autoconsciente e idêntico. Não existe um princípio de identidade permanente onde cada um de nós pode dizer esse sou eu. Nós somos algo parecido com um teatro móvel e anônimo onde são representadas sensações e ideias.
Outro ponto analisado por Hume é a moral, que para ele é derivada mais dos sentimentos do que da razão. A razão pode até apoiar a moral com algumas orientações, mas o fundamento da moral são mesmo os sentimentos e especificamente os sentimentos de dor e prazer. A virtude provoca prazer e o vício a dor. Por exemplo, quando estamos diante de uma pessoa virtuosa sentimos um prazer característico, e o contrário acontece quando estamos diante de alguém com vícios. A virtude nos provoca o elogio, e o vício a censura.
1712 - 1778
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Nascido em 1712 na cidade de Genebra, Suíça, Jean Jacques Rousseau contribuiu para o estudo da relação do homem com a sociedade. Segundo seu pensamento, o homem, em seu estado primitivo e de natureza, é bom, generoso e honesto, e é a vida em sociedade que corrompe os indivíduos, transformando-os em criaturas más. Rousseau atribui diversos fatores da vida em sociedade para a maldade do homem: desigualdade, corrupção, ganância, propriedade privada, estes que geram angústia e conflito entre os indivíduos. Com o intuito de tentar restaurar a humanidade a sua antiga bondade, Jean Jacques elaborou o conceito de Contrato Social, em que os homens, após cederem sua liberdade natural (onde não havia desigualdade, propriedade privada, corrupção) ao viver em sociedade, tem de ganhar a liberdade civil, a qual seria definida a partir desse contrato.
Podemos citar como suas principais obras: Discurso Sobre as Ciências e as Artes, Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens. Contrato Social. Emílio, ou da Educação e Os Devaneios de um Caminhante Solitário.
1723 - 1790
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Adam Smith(1723-1790) foi um filósofo e economista britânico nascido na Escócia. É considerado um dos precursores da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico.
Adam Smith foi o filósofo que inaugurou a economia como ciência. Ele realizou um estudo sobre a forma dos Estados nacionais adquirem capital econômico, isso se tornou o livro “A riqueza das nações”. Ele era contra o protecionismo econômico, característica presente no mercantilismo e nas monarquias absolutistas européias. Para ele, o estado não deveria intervir de forma alguma na economia.
O filósofo explica que a riqueza de um país reside na habilidade de produzir bens. Esse pensamento reflete a mentalidade da época da 1ª Revolução industrial ocorrida no século XVIII no Reino Unido, que ampliou drasticamente a produtividade de alguns produtos e abriu horizontes para novas formas de comércio.
1724 - 1804
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Immanuel Kant( 1724-1804), nasceu em 22 de abril de 1724, em Königsberg, na Prússia Oriental – atual Kaliningrado, parte de Rússia. Escreveu os primeiros ensaios em 1755, influenciado pelos tratados de física de Newton e pelo racionalismo do filósofo Leibniz.
O ponto fundamental do criticismo kantiano é a solução aplicada ao debate entre racionalistas e empiristas, a chamada Revolução Copernicana da Filosofia. Por um lado, os racionalistas cartesianos acreditavam que todo o conhecimento seguro provinha da razão, que trabalhava com categorias inatas, a priori (antes da experiência). Por outro lado, os empiristas baconianos acreditavam que todo conhecimento provinha das sensações, de modo que o homem nasce como uma tábula rasa.
Em Kant, o sujeito, através de seus a prioris, de seu aparato subjetivo, determina o objeto de seu conhecimento. Para o alemão, é como se todos nós estivéssemos com certo tipo de “óculos”, responsáveis pela nossa capacidade de conhecer. Eles encaixam todos os objetos em intuições (como o tempo e o espaço) e em categorias diversas (unidade, pluralidade, causalidade, entre outras). Não é possível ao homem pensar sem esses “óculos”. Kant oferece um mapa de nossas possibilidades de pensar, mostrando os conceitos e os princípios que tornam possível o pensamento. Ele critica, assim, a “ideologia da razão”.
Tudo o que conhecemos não é a realidade, mas o que Kant chama de fenômeno, isto é, o objeto na medida em que ele é apresentado, organizado e entendido pelo pensamento. A realidade em si não está condicionada ao sujeito – por isso, é impossível conhecê-la.
1770 - 1831
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Georg Friedrich Hegel foi um filósofo alemão muito influente para muitos outros autores de importante produção como Karl Marx e Friedrich Engels. Nascido em 1770, Hegel tinha 18 anos quando ocorreu a Queda da Bastilha. Inspirado pela obra de Kant, o alemão publicou suas principais produções na década de 1810. Entre suas principais ideias, destacam-se a Dialética de Hegel, onde aponta a disputa entre a tese e a antítese como motores para a geração de uma síntese, incorporando a noção de movimento ao conceito. Além disso, se destaca também a o Sistema Lógico de Hegel, formado pela Lógica, Filosofia da Natureza e Filosofia do Espírito.
1788 - 1860
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Nascido em 1788, Arthur Schopenhauer é um filósofo alemão proveniente da atual Polônia. Participante da corrente filosófica conhecida como Idealismo Alemão, Schopenhauer tinha e personalidade forte e possuía grandes inimizades no mundo acadêmico e parte disso se deve ao fato de ser um dos primeiros filósofos ocidentais a associar sua produção à cultura oriental, agregando aspectos do budismo e hinduísmo.
Para o alemão, o mundo é uma representação individual e apresenta uma visão extremamente pessimista acerca da vida. Sua teoria filosófica afirma que a vida é condenada a oscilar entre o tédio e o sofrimento e a felicidade como sendo um evento apenas momentâneo.
1798 - 1857
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Nascido na França em 1798, onde viveu até 1857, o filósofo Auguste Comte é considerado um dos grandes nomes da Sociologia. A importância de Comte deu-se sobretudo pela criação da corrente filosófica do positivismo, que alcançou mundial relevância.
Comte observava a decadência do sistema feudal e a emergência da sociedade moderna e urbana na Europa. Comte acreditava que o núcleo de uma sociedade era a unidade alcançada a partir de um mesmo pensamento e forma de ver o mundo. Portanto, a crise que testemunhava nesse período de transição para o mundo moderno, era, para ele, uma crise causada pela falta de um consenso coletivo – que anteriormente teria existido em torno de formas religiosas de organizar a vida social. A solução seria acelerar a formação de um novo consenso baseado no pensamento científico, que naturalmente se tornaria homogêneo na sociedade que despontava. Essa nova forma de pensar seria denominada por Comte como o positivismo.
O positivismo era visto por Comte como uma evolução inevitável da natureza humana. Para ele, todas as sociedades passariam necessariamente por três estados consecutivos, cada um caracterizado por uma forma de pensar predominante. No primeiro estado, o teológico, os fenômenos sociais e da natureza seriam explicados enquanto resultados das ações divinas. No segundo estado, o metafísico, a busca por explicações recorreria a uma reflexão sobre a essência e o significado abstrato das coisas. Por fim, no estado positivo, as explicações sobre o mundo natural e social seriam fabricadas através da observação dos fenômenos, da elaboração de hipóteses e da formulação de leis universais. Ou seja, basicamente utilizando as regras do método científico.
Levando essa percepção em conta, a missão de Comte era elaborar uma ciência positiva capaz de explicar os fenômenos sociais através da aplicação da metodologia científica em busca de leis universais que fossem válidas para as dinâmicas humanas em todos os tempo e sociedades. O nome que Conte deu a essa ciência, a “física social”, revela que, para os positivistas, seria possível estudar a sociedade e formular suas proprias leis de funcionamento com a mesma precisão e objetividade que se estuda o efeito da gravidade sobre os corpos ou o movimento dos astros no sistema solar. Uma vez conhecidas essas leis universais, a expectativa de Comte era de que os conflitos sociais pudessem ser eliminados através de reformas e intervenções comandadas pelo Estado. O positivismo de Comte se apresenta, portanto, não apenas enquanto teoria, mas também como projeto político para a gestão da sociedade.
1818 - 1883
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Karl Marx(1818- 1883) foi um filósofo, sociólogo, historiador, economista, jornalista e revolucionário socialista. Nascido na Prússia, mais tarde se tornou apátrida e passou grande parte de sua vida em Londres, no Reino Unido.
Marx, segue os passos de seu professor, Hegel, e dedica seu estudo à diferença entre classes sociais.Para isso, ele estuda os conflitos entre classes ao decorrer da história. Ele supõe que a síntese para o conflito entre estamentos que estava ocorrendo em seu período, burgueses, donos dos meios de produção, e proletários, seria o socialismo, um sistema econômico que iria substituir o capitalismo; que oferecia uma distribuição mais igualitária de bens.
O sociólogo também afirma que, a classe dominante utiliza de diversos artifícios para manter a ordem social e impedir que as classes dominadas se revoltassem. alguns exemplos destas ferramentas são: A educação escolar se baseando em um modelo que enaltecia os proprietário; livros e jornais que divulgavam fatos que interessavam aos burgueses e o senso comum da população que já teve seu cérebro preenchido pela dominação.
1820 - 1895
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Friedrich Engels foi um sociólogo alemão de expressiva participação e contribuição na evolução do conceito de socialismo juntamente com o sociólogo Karl Marx. Nascido em 1820, na cidade de Wuppertal na Alemanha, Engels sempre foi engajado politicamente e, desde cedo, distribuía panfletos discutindo questões da filosofia da época como o dualismo de Hegel. É de sua relação com Marx, porém, que vem sua produção mais expressiva: “O Manifesto do Partido Comunista”, onde critica fortemente a sociedade capitalista e busca estabelecer a coesão e organização da classe social do proletariado como uma importante força de revolução.
1844 - 1900
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Nascido na cidade prussiana de Rokken, em outubro de 1844, o filósofo Friedrich Nietzsche nasceu em meio a uma família protestante. Até sua adolescência, estudava e pensava sobre os temas teológicos. Entretanto, ao entrar em contato com o estudo da filologia e sobre influência de escritos de Schiller, Hölderlin e Byron, na Escola de Pforta, além de leituras dos filósofos Platão e Ésquilo, distanciou seu pensamento do cristianismo e da teologia, visando a pesquisa sobre os mecanismos pré-estabelecidos que regem a sociedade e os conhecimentos sobre a mentalidade vigente. Assim estabeleceu-se como um ateu militante, acreditava que o pensamento deveria ser livre de um controle cultural ou moral. Nas suas obras, apresentava diversas críticas ao pensamento religioso, dotadas de ironia.
Nietzsche via a vida como algo irracional, cruel, doloroso e destrutiva, em que podemos seguir dois instintos diferentes: Dionisíaco e Apolíneo
Dionisíaco: força instintiva, sáude, criatividade, paixão sensual (símbolo da humanidade que dizia “SIM” para a vida)
Apolíneo: medida e moderação (símbolo da humanidade equilibrada e lúcida), a qual tentava ter o instinto Dionisíaco
O filósofo Alemão também tinha um visão pessimista trágica, onde aceitava a vida como era e reconhecia sua dolorosa tragicidade. Reconhecia que o pensamento de Sócrates, do domínio e entendimento da vida por meio da razão, era pífio e péssimo, por isso considerava que com Sócrates iniciou-se a decadência da humanidade. Já em relação ao Cristianismo, Nietzsche pensava que este contribuiu para a envenenação da sociedade, junto a Sócrates, pois esta religião considerava pecado todos os valores e o prazeres da Terra, e fez de Cristo, um verdadeiro “espírito livre”, símbolo de ressentimento contra tudo aquilo que é nobre. No que tange a moral, Nietzsche pensava da seguinte forma:
Moral era uma máquina construída para dominar a sociedade, existindo dois tipos:
Moral dos escravos (se origina da pessoa fraca): ressentimento contra a força, saúde e amor pela vida; inverso da moral do senhor
Moral do senhor (se origina da pessoa forte): força de vontade, nobreza, coragem e honestidade
A decadência da humanidade causada por Sócrates e pelo Cristianismo culminou na morte de Deus, onde todos os valores fundamentais da sociedade foram eliminados. Segundo o filósofo alemão, esse evento cósmico nos libera das cadeias sobrenaturais que criamos, entretanto nos deixa sem pontos de referência na vida. A consequência disso é o Niilismo: não há valores absolutos, nenhuma ordem superior (cósmica), não há nenhuma providência e resta apenas a crença do abismo do nada, ou seja, a fé e afirmação em nada.
1856 - 1939
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Sigmund Schlomo Freud (1856-1939,), foi um médico neurologista e psiquiatra criador da psicanálise. Freud nasceu em uma família judaica, em Freiberg in Mähren, na época pertencente ao Império Austríaco.
Freud teve como objeto de estudo a mente humana. Freud diz que o “EU” consciente, é a menor parte da vida psíquica. Ele divide a mente humana em 3 setores: id, ego e superego. O id representa os desejos e impulsos do ser humano; o superego o controle da mente sobre o indivíduo, se manifestando externamente como normas e a cultura de uma sociedade; e o ego, tem que suportar a vontade infinita do id e o controle repressivo do superego. O filósofo portanto, assim como copérnico, que propôs que a Terra orbitava o Sol, logo o Homem não é o centro do Universo, e Darwin, que descobriu que o ser humano possuía um elo de parentesco com os primatas , ou seja, os humanos também não são o centro da natureza; deixa a sociedade em crise, pois afirma que o eu consciente é a menor parte da psique.
1858 - 1917
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O francês nascido em Lorraine no ano de 1858 é considerado um dos originários da sociologia moderna, em que lecionou o primeiro curso de sociologia na história, em 1887 na cidade de Bordeaux, França. Ainda hoje, seus pensamentos são referência nos estudos sociológicos.
Segundo o pensador, a sociologia deveria se basear na apreensão e estudo sistemático das diferentes dimensões sociais dos indivíduos, por meio do método científico e da observação empírica. Além disso, Durkheim considerava essencial o estudo da individualização do sujeito social e o estudo de fenômenos que culminariam na criação de uma nova ordem social.
Durkheim afirmava que a principal função da sociologia era o estudo dos fatos sociais e o aspectos generalistas encontrados dentre eles, aliado ao estudo da individualidades dos sujeitos, que o francês os define como características da nossa sociedade que moldam as ações tomadas por seus indivíduos e pela própria sociedade em si. Exemplos disto seria a moral, o Estado e a nossa língua. Assim, para Émile, existem três aspectos dos fatos sociais:
Externos aos indivíduos, existem apesar de vontades individuais
De natureza coercitiva, pois possuem autoridade para nos obrigar a agir de determinada maneira temendo uma punição (ex: isolamento social, cadeia, caso cometa uma atitude socialmente inaceitável, como o homicídio)
Generalistas, visto que atingem todos os membros da sociedade sem exceções
Entre suas principais obras, podemos citar: A divisão do trabalho social (1893), As regras do método sociológico (1895), O suicídio (1897), A educação moral (1902) e As formas elementares da vida religiosa (1912)
1859 - 1938
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Filósofo alemão que nasceu em Prossnitz, Morávia, então parte do império austro-húngaro,foi fundador da Fenomenologia, um método para a descrição e análise da consciência através do qual a filosofia tenta obter um caráter científico. Judeu de origem rica, completou os primeiros estudos em uma universidade, em (1876), e estudou física, matemática, astronomia e filosofia nas universidades de Leipzig, Berlim e Viena. Em Viena defendeu sua tese de doutorado em filosofia (1882).
No outono seguinte (1883), ainda em Viena, estudou com o filósofo e psicólogo Franz Brentano, um dos "renovadores" do pensamento de Aristóteles, em seus elementos essenciais, que influenciou fortemente sua formação filosófica, converteu-se ao luteranismo em 1886 e casou-se em 1887 com Malvine Steinschneider. Passou em um concurso para professor na universidade de Halle (1887) e após ensinar também na Universidade de Göttingen, foi nomeado professor titular (1916) da Universidade de Freiburg, na Alemanha, onde ficou até se aposentar. Aposentado em 1928, continuou morando na cidade até falecer. Suas principais obras foram Logische Untersuchungen (1900-1901), Ideen zu einer reinen Phänomenologie (1913) e Formale und transzendentale Logik: Versuch einer kritik der logischen Vernunft (1929).
1864 - 1920
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Nascido em 1864, Max Weber foi um sociólogo alemão de importante expressão. Conhecido por sua contribuição na área de estudo sobre a origem, e participação da sociedade ocidental na história universal, Weber produziu em diversos trechos do conhecimento, como por exemplo no Direito, História e Economia.
Baseando seus estudos no conhecimento empírico, o sociólogo tem como o conceito mais importante a chamada “Ação Social”, que, segundo o próprio, deveria ser o tema central do estudo sociológico. Weber acredita que o estudo da sociedade deveria se dar em foco com as motivações dos indivíduos e não somente em foco com as instituições sociais. Em sua produção, Weber afirma quatro tipos de ações que guiam os indivíduos de uma certa comunidade, sendo essas: a ação racional com relação a fins, a ação racional com relação a valores, a ação afetiva e a ação tradicional.
1897 - 1990
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O francês Norbert Elias foi um sociólogo muito inovador em sua área de atuação. Nascido em 1897, Elias apresenta uma abordagem completamente diferente da maioria dos sociólogos.
A teoria de Norbert Elias tem como ponto principal a contraposição em relação às teorias estruturalistas e funcionalistas. O mesmo busca em suas produções demonstrar a participação dos indivíduos na construção da sociedade que os rodeia e não somente como objetos de coerção manipulados pela sociedade.
O sociólogo tem como um de seus principais conceitos a chamada “teia de interdependência” que consiste na ideia de que indivíduos fazem parte de diferentes configurações como a família, cidade, estado etc. Essas configurações são denominadas por ele de “estruturas”.
1905 - 1980
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Jean-Paul Sartre nasceu em Paris, em 21 de junho de 1905. Criado pela mãe e pelo avô, estudou na Escola Normal Superior, onde conheceu a escritora Simone de Beauvoir, em 1924, com quem estabeleceu uma relação afetiva até sua morte. De 1931 a 1945 lecionou filosofia em várias escolas secundárias. Recrutado em 1939 para a II Guerra Mundial, acabou prisioneiro dos alemães entre 1940 e 1941. Depois de libertado, voltou a lecionar e se integrou à Resistência Francesa, de oposição ao nazismo, fundando o Movimento Socialismo e Liberdade.
O existencialismo de Sartre diz que o ser humano é condenado a liberdade. Isso significa que estamos condenados a fazer escolhas. Em outras palavras, o homem constrói os significados de sua vida, seus objetivos, metas, valores, sua visão de mundo, seu sentido. O homem é o único responsável por seus atos e escolhas, criador de sua existência autêntica. Vivemos presos numa teia de significados que nós mesmos criamos diante de um mundo que, sozinho, nada significa. Não há nenhuma ética pronta, anterior a nós mesmos, para nos guiar. Não há tábuas de apoio ou pretextos. Por isso, no homem, “a existência precede a essência”.
1908 - 1961
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Maurice Merleau-Ponty(1908-1961), foi um filósofo fenomenólogo francês.Maurice nasceu na cidade de Rochefor-sur-Mer no dia 14 de março de 1908, realizou seus estudos na École Normale Supérieure de Paris e graduou-se em filosofia. Em 1945 ele passou a dar aulas na Universidade de Lyon e, a partir de 1949, atuou na Universidade de Paris I.
Para o filósofo, o Homem é o núcleo dos debates sobre o conhecer, que é criado e percebido em seu corpo. No exame minucioso da percepção, Merleau-Ponty converte o processo fenomenológico em uma modalidade existencial, resumindo no ‘logos’ a estrutura do mundo. Segundo sua concepção, a filosofia permite um novo aprendizado do olhar sobre o universo que o envolve, um retorno à essência do objeto.
Segundo Ponty, a esfera humana é uma espécie de ‘intermundo’, o qual pode ser explicado como o contexto histórico, a simbologia, ou a verdade a ser construída, algo que acena com a possibilidade de uma significação das coisas, apesar de todos os paradoxos existenciais; nesse campo o Homem depositaria todas as suas expectativas. Neste ‘intermundo’ cada ser é visto pelo outro como uma fração de mundo, a interação entre as consciências e a ligação dialética entre o proprietário e o escravo.
1913 - 2005
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Paul Ricoeur (1913-2005), foi um fenomenólogo francês que teve como alvo de estudo a identidade humana.
Para ele, nossa identidade é construída através de uma soma de narrativas que carregamos conosco e que retransmitimos . Com essas histórias, enxergamos o mundo de forma similar ao que foi contado nelas, e assim devemos passar essa visão para que outras pessoas possam construir sua identidade narrativa.
1921 - 2002
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John Rawls foi um filósofo político americano. Nascido em 1921, o americano chegou a lecionar filosofia política na respeitada Universidade de Harvard e escreveu importantes obras como “Uma Teoria da Justiça”, “Liberalismo Político” e “O Direito dos Povos”.
A teoria filosófica de Rawls consiste principalmente na ideia de “Justiça como Equidade”, como implantá-la e sua importância em uma sociedade de justiça efetiva. Por causa, também, de um elevado rigor metodológico empregado em suas obras, sua produção tem imensa adesão do grande público. Sua ideia de “Justiça como Equidade” consiste na forma em que instituições devem tratar indivíduos para garantir a justiça. Ao invés de tratar todos os envolvidos de forma igual, é necessário tratar os indivíduos de forma que essas diferenças sejam diminuídas. Portanto, para tratar todos de forma justa, é crucial perceber as diferenças destes.
1925 - 2017
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Zygmunt Bauman nasceu na Polônia, em 19 de novembro de 1925, em uma família de judeus. Em 1939, foge com os pais para a União Soviética, escapando do cerco nazista de Adolf Hitler sobre a Polônia. Bauman serviu na divisão polonesa do Exército Vermelho durante a II Guerra Mundial e foi condecorado com uma medalha ao valor militar. Estudou filosofia e sociologia em Varsóvia, na Polônia, mas foi afastado devido à leitura de livros e artigos censurados. Crítico do autoritarismo soviético, mudou-se para a Inglaterra, onde se tornou professor da Universidade de Leeds. Recebeu os prêmios Amalfi (1989, por sua obra Modernidade e Holocausto) e Adorno (1998, pelo conjunto de sua obra). Morreu em janeiro de 2017, aos 91 anos.
Bauman criou o importante conceito de “modernidade líquida”. o filósofo refere-se ao fato de que a modernidade sólida, valores construídos durante os séculos XVI a XVIII que perduraram até a queda do muro de Berlim em 1989, como religião, papel da mulher na sociedade, relações intersociais, entre outros, seriam substituídos por valores mutáveis, a “modernidade líquida”; que faz referência a uma propriedade dos líquidos: não possuir uma forma definida.
Incertos quanto ao futuro das sociedades, os homens pós-modernos têm fixado suas esperanças e expectativas no presente, no instante e no indivíduo; por todos os lados, os anúncios publicitários e as revistas conclamam as pessoas a “aproveitar o agora”, “pensar em si mesmas”. O ser humano pós-moderno substitui os projetos para o futuro pelo prazer instantâneo, a produção pela especulação, o conteúdo pela performance, a experiência pela flexibilidade e os sonhos pelas ambições.
1926 - 1984
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Michel Foucault nasceu no dia 15 de outubro de 1926, em Poitiers, na França. Seu pai era um cirurgião renomado, lecionava na faculdade de medicina local e dirigia uma clínica bem-sucedida. O jovem Foucault, desde cedo, recusou-se a seguir a tradição familiar, negando a medicina. Sua vida foi marcada pela genialidade filosófica e também pelas “extravagâncias”, como suas experiências no sanatório, o uso de drogas diversas, a bebida excessiva e as tentativas de suicídio. Os dois maiores amores de sua vida foram um compositor chamado Jean Barraqué e Daniel Defert, filósofo e ativista político, que permaneceu ao lado de Foucault por quase 20 anos, numa relação aberta. Especialmente depois de lecionar na Universidade da Tunísia, Foucault tornou-se ativo politicamente, chegando a entrar no Partido Comunista Francês (PCF). Morreu no dia 25 de junho de 1984, vítima da aids.
Foucault fez um estudo sobre a loucura atravès da história e diz que que a atuação do médico sobre o louco só foi possível devido à mudança filosófica do século XVII. Em outras palavras, a atuação do médico sobre o louco depende menos de seu conhecimento sobre medicina do que de sua cultura.
O filósofo também reflete sobre o controle exercido por instituições totalitárias como: escolas, quartéis, conventos e hospitais. Para ele, todos nós estamos sendo observados por um panótico imaginário.Trata-se de uma estrutura em forma circular, com uma plataforma de observação erguida no meio. Isso possibilitava que um observador central espionasse as celas situadas abaixo, ao redor do prédio. Cada prisioneiro nessas celas estava, então, ciente de que suas atividades eram vigiadas o tempo todo. As celas possuem uma janela para o exterior, por onde entra a luz, e uma para o interior, de frente para a torre central, de forma que o vigilante da torre central pode ver os prisioneiros, mas não o contrário. O efeito do Panóptico é criar a aparente onipresença do inspetor na mente dos ocupantes, “induzir no detento um estado consciente e permanente de visibilidade, que assegura o funcionamento automático do poder. Fazer com que a vigilância seja permanente em seus efeitos, mesmo se é descontínua em sua ação. O sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação com o exame”. Para ele esse panóptico materializa-se nas leis e nos costumes de uma sociedade, que servem para vigiar e punir seus integrantes.
1930 - 2002
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Nascido na cidade de Denguin, França, no dia primeiro de agosto de 1930, Pierre Félix Bourdieu era proveniente de uma família campesina. Ao completar seus estudos básicos, mudou-se para Paris, onde estudou na Faculdade de Letras aos 21 anos de idade. Em 1954, Pierre Bourdieu formou-se em Filosofia e iniciou sua vida profissional como professor em Moulins.
Pierre Bourdieu tornou-se referência na Antropologia e na Sociologia publicando trabalhos sobre educação, cultura, literatura, arte, mídia, linguística e política. Suas reflexões dialogam tanto com as esferas de Max Weber, como com as classes de Karl Marx. Adotando a nomenclatura de construtivismo estruturalista ou de estruturalismo construtivista, Bourdieu argumentava que há estruturas objetivas no mundo social que podem coagir a ação dos indivíduos.
Seu mundo social era construído sobre três conceitos: campo, habitus e capital. O primeiro representa um espaço simbólico no qual os confrontos legitimam as representações. É o poder simbólico que classifica os símbolos de acordo com a existência ou ausência de um código de valores. O conceito de habitus discorre sobre a capacidade dos sentimentos, dos pensamentos e das ações dos indivíduos de incorporar determinada estrutura social. Já o capital representa o acúmulo de forças que o indivíduo pode alcançar no campo. Pierre Bourdieu é o autor dos subconceitos de capital social, capital cultural, capital econômico e capital simbólico.Sendo estes, objetos metafísicos e materiais que indivíduos adquirem e repassam para a sociedade enquanto vivem.